Busca no site:

Predisposição por alimento saudável é maior em classes altas, diz estudo

ComidaÉ fato: 89% dos brasileiros estariam dispostos a mudar seus hábitos alimentares, revelou a pesquisa “Percepção e Realidade – Um estudo sobre a obesidade nas Américas”, organizada pela WIN Américas e realizada em nove países do continente americano (Argentina, Brasil, Canadá, Colômbia, Equador, Estados Unidos, México, Panamá e Peru). A predisposição para optar por alimentos mais saudáveis, no entanto, é mais comum entre as classes mais altas, segundo médicos ouvidos pelo UOL.

“O brasileiro tem tendência a ser menos rígido na hora de mudar a alimentação, até porque muita gente aprende a comer comida japonesa, italiana, chinesa, tailandesa… Mas a população mais rica, com maior poder aquisitivo, tem se preocupado com a aparência, se cuidado mais e mudado os hábitos alimentares”, analisa Joffre Nogueira Filho, clínico geral, mestre em Ciências da Saúde e especialista em endocrinologia, metabologia e nutrologia.

Os mais ricos também acabam tendo mais acesso a informações e alimentos saudáveis, destaca Anita Sachs, nutricionista e professora do departamento de Medicina Preventiva da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). “Brasileiros de classe econômica mais alta tendem a mudar os hábitos alimentares, sim, mas os demais não têm tanto essa predisposição. Com mais dinheiro é possível ter acesso a alimentos mais saudáveis, além de ter informações sobre como controlar o peso”, diz.

Elisabete Almeida, coordenadora do programa Meu Prato Saudável do HC-FMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP), também verifica o fenômeno. “As classes D e E tiveram aumento no poder aquisitivo, bem como no consumo de gordura saturada, pois têm se alimentado de comidas congeladas, bolachas, salgadinhos e refrigerantes”, afirma.

A pesquisa PNS 2013 (Pesquisa Nacional de Saúde), divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) confirmou esse aumento no consumo de proteínas com excesso de gordura (37,2%), refrigerantes (23,4%) e doces (21,7%).

Para Almeida, esses tipos de alimentos que são “práticos” têm contribuído para mais da metade da população brasileira estar com sobrepeso. “Quem trabalha muito e tem pouco tempo para fazer comida, acaba optando por esses alimentos que são práticos: é só abrir e comer ou esquentar no microondas. Mas ainda que a maioria das pessoas saiba que esses alimentos não são saudáveis, elas ainda não estão prontas para mudar os hábitos alimentares”, diz.

“Os hábitos que a pessoa tem desde pequena, a influência da propaganda e o custo dos alimentos são fatores que acabam influenciando muito e que dificultam a mudança no estilo de vida”, admite. Mas há caminho para mudanças. “Quando os brasileiros se conscientizarem, eles vão buscar uma vida mais saudável e prevenir doenças cardiovasculares”.

Para Laure Castelnau, diretora executiva do Conecta, plataforma online do Ibope que comandou a pesquisa no Brasil, os brasileiros estariam mais predispostos a mudar os hábitos devido a um culto à estética presente no país. “O brasileiro se preocupa muito com a forma física em comparação com outros países da América Latina, portanto este pode ser um dos motivos de eles toparem alterar o cardápio”, aponta.

O estudo da WIN Américas também revelou que apesar de 75% dos cidadãos das Américas desejarem realizar mudanças na alimentação, apenas 19% conseguem alterar o cardápio.

Fonte: Uol Saúde.

Deixe um comentário

Unimed Aracati
Travessa João Adolfo, 957 - Aracati
Telefones: (88) 3421-1610 / (88) 3421-2433