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Glúten e lactose devem ser abolidos da dieta somente em caso de intolerância

318-gluten-leite-intolerados-1Ele é uma proteína que está em cereais como aveia, cevada, trigo, malte e centeio. Ela, um açúcar presente no leite e em derivados. Juntos, os dois são vistos como vilões da alimentação. Desejando um corpo mais ‘sequinho’, muitas pessoas têm aderido às restrições de glúten e lactose para perda de peso.

O objetivo quase sempre é o mesmo: livrar-se das gorduras indesejáveis, dos inchaços e desconfortos abdominais. Mas, antes de eliminá-los da dieta arbitrariamente, vale a pena perguntar: afinal, é válido deixar de comer alimentos ricos nesses nutrientes por opção ou apenas os intolerantes devem adotar tal conduta?

“A recomendação para retirar o glúten por completo da dieta é somente para quem tem intolerância ao mesmo, uma vez que é um agente pró-inflamatório e alergênico. Algumas vertentes da nutrição aconselham que as pessoas sem intolerância reduzam o consumo, mas nunca retirar por completo da alimentação”, responde Jamille Olinda, nutricionista da marca de produtos lácteos Sabor & Vida, com formação na área de administração, nutrição e controle de qualidade.

O mesmo vale para a lactose, que só deve ser suprimida da dieta de quem tem intolerância ao açúcar. “Ainda assim, os intolerantes podem consumir o leite e seus derivados, contanto que sejam isentos de lactose. Existem empresas, inclusive regionais, que produzem leite e derivados sem lactose. Dessa forma, o indivíduo não vai ser prejudicado nutricionalmente”, diz.

Ganhar ou perder?

Deixar de ingerir o glúten ou a lactose não fará com que o indivíduo simplesmente emagreça. Pessoas que seguem dietas com restrição de glúten podem, inclusive, ganhar peso.

Isso ocorre porque, apesar de serem isentos da proteína, os alimentos não deixam de conter calorias provenientes dos carboidratos, das gorduras e de outros nutrientes proteicos. O emagrecimento, segundo Jamille Olinda, está relacionado a uma adequação do aporte calórico baseada na quantidade e na qualidade da dieta.

“O glúten não deve ser eliminado sem que haja uma real necessidade. Os alimentos com ou sem glúten são compostos de carboidratos, proteínas e gorduras. Todos possuem calorias e, em quantidade elevada, podem contribuir para ao aumento do peso”, diz.

Gordura e lácteos

Entre os lácteos, é importante também não confundir a gordura com a lactose. No caso do leite, por exemplo, não adianta apenas trocar um item integral (rico em gordura) por um desnatado (sem gordura). “A questão não tem relação com o açúcar presente no leite”, pontua a nutricionista.

“O alimento pode não conter a lactose e ser integral, ou seja, conter gordura”, ressalta Jamille Olinda, que também atua em consultoria para alguns restaurantes nos quesitos de administração e controle de qualidade.

Dieta individualizada

Em sites, revistas não científicas ou mesmo numa conversa entre amigos, não é difícil se deparar com dietas ditas como eficazes para quem deseja emagrecer. Algumas recomendam que a simples subtração do glúten pode render até três quilos a menos em três semanas. Mas a nutricionista alerta: “a dieta é algo individualizado. A sua não serve para a sua amiga. As pessoas têm necessidades, objetivos e rotinas diferentes. Tudo isso influenciará no seu plano alimentar”.

Por isso, o ideal é procurar o acompanhamento de um nutricionista, que avalia e orienta os pacientes de acordo com suas necessidades, assim como de um educador físico, responsável pela indicação de um treino adequado. O caminho para o emagrecimento ou para a manutenção do peso não está apenas em uma dieta balanceada em quantidade e qualidade, mas também na adoção de uma rotina de exercícios.

Quando o glúten é benéfico

Assim como alguns vegetais e carnes, o glúten (que é uma fração proteica de alguns cereais) é fonte de proteína para o organismo. Além disso, também oferece vitaminas e fibras. Quando uma pessoa que não é intolerante o retira da dieta, corre o risco de hipersensibilizar o trato gastrointestinal, podendo desenvolver, de fato, uma sensibilidade à ingestão do nutriente.

Só nas dietas detox é que o glúten e a lactose são totalmente abolidos, por serem considerados pró-inflamatórios, mas cuja suspensão ocorre apenas no período de um mês. Logo depois, os produtos voltam a ser incluídos.

“Orientamos as pessoas sem intolerância que não se restrinjam e se prendam a isso, mas damos opções de lanches que podem conter ou não lactose e glúten. Podemos reduzir a ingestão, porém sem a necessidade de restrição total quando não se tem nenhum grau de intolerância”, finaliza a nutricionista Jamille Olinda.

Menos restrições até para quem é intolerante

Em indivíduos geneticamente predispostos, as proteínas do glúten são resistentes às enzimas digestivas. Ocorre, então, uma agressão que danifica as vilosidades do intestino e prejudica a absorção dos alimentos. A boa notícia é que, hoje, já existem empresas que trabalham com produtos específicos para esse público, com opções variadas.

“Uma alternativa para os intolerantes ao glúten, e que podem substituir pães, biscoitos e outros carboidratos, é a tapioca, na qual podem acrescentar à goma alguma fonte de fibra, como a chia, para tornar essa massa integral”, sugere Jamille.

Já quando o caso é de intolerância à lactose, a explicação está no fato de que os indivíduos não produzem ou têm uma produção reduzida da lactase, enzima que degrada a lactose e cujos níveis no organismo diminuem com o passar dos anos. A partir daí, sofrem com desconfortos gastrointestinais e precisam retirar a lactose da dieta para ter uma vida sem transtornos.

Mas isso não significa deixar de consumir lácteos. É possível encontrar leites e derivados sem lactose e até preparar receitas simples para incrementar o sabor da refeição.

Fonte: Diário do Nordeste.

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