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Cuidado com a mochila escolar pode evitar dores e lesões

mochilaCom apenas 15 anos de idade, a estudante Alexia Vitória Castro teve sérios problemas na coluna agravado pela má postura e uso inadequado da mochila escolar. Chegou a ficar travada, com fortes dores e sem conseguir se mexer. Assim como ela, na volta às aulas, crianças e adolescentes estão sujeitos a lesões pela sobrecarga de peso do material, podendo acarretar piora em problemas já existentes, como por exemplo, a escoliose.

A incidência de casos preocupa. Somente no Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), dos 6.701 procedimentos cirúrgicos realizados em 2013, 566 foram ortopédicos. Já em relação aos atendimentos ambulatoriais, foram realizadas 9.416 consultas. De acordo com o coordenador da ortopedia do hospital, Francisco José Vasconcelos, a escoliose é o caso mais comum entre a maioria das crianças e adolescentes atendidas pela instituição.

Apesar de não ter causa específica, o médico esclarece que a escoliose idiopática é a mais comum na adolescência, período da vida onde normalmente é diagnosticado o problema, e os traumas podem ser adquiridos pelo comportamento.

A professora Célia de Castro, 39, mãe de Alexia, afirma que a filha já sofria com uma leve escoliose e, por isso, a mochila, contendo apostilas e cadernos pesados, agravou o problema. “Nas séries iniciais, as mães compram mochilas de rodinha, mas na adolescência eles não querem mais. Quando ela travou a coluna não podia sentar e deitar de tantas dores”, conta.

Diagnosticada com protusão na coluna, segundo disse a mãe, a adolescente busca agora tratamento à base de Reeducação Postural Global (RPG) e procura mudar os hábitos de postura. “Ela comprou cadernos pequenos e alterna na hora de levar as apostilas para o colégio. Além disso, toma mais cuidado na maneira de sentar e já busca uma atividade física sem grande impacto”.

Estudos apontam que o peso da mochila não deve ser maior que 10% a 15% do peso corpóreo. Neste caso, uma criança de 40 kg, por exemplo, não poderia portar uma mochila com mais de 4 kg nas costas. A Associação Brasileira de Reabilitação de Coluna (ABRC) estima que entre 60% a 70% dos problemas de coluna na fase adulta são gerados por sobrecarga de peso e esforços repetitivos na infância e adolescência.

A postura inadequada ocasionada pela carga excessiva e má distribuição pode gerar, além da escoliose, problemas como a hiperlordose, que é o aumento do ângulo da curvatura na região lombar, e a hipercifose, conhecida como “corcunda”.

Musculatura

O fisioterapeuta Helder Montenegro, presidente da ABRC e do Instituto de Tratamento da Coluna Vertebral (ITC), explica que ao levar excesso de peso nas costas, a criança tende a projetar seu corpo para frente, forçando a musculatura posterior da coluna a trabalhar muito mais. “Esse trabalho em excesso é o que leva a dores, e no futuro, a lesões degenerativas como a hérnia de disco ou a protusão”, afirma.

Para o fisioterapeuta, o fato de crianças e adultos estarem cada vez mais sedentários nos dias de hoje pode acarretar a perda da curvatura lordótica, o que leva às lesões degenerativas. “Isso começa com as crianças cada vez mais em casa, sem praticar esportes. É uma má postura em função das mudanças comportamentais”, explica.

Ainda segundo Helder Montenegro, a busca por um diagnóstico precoce ajuda em uma recuperação mais rápida, e ressalta ser, até os 17 anos de idade, o melhor período para o tratamento. “É a fase de crescimento, onde as estruturas não estão totalmente definidas, então trabalhar com as articulações e moldá-las é bem mais fácil nessa fase”.

Prevenção

Entre as dicas para se prevenir complicações da coluna no período escolar, a ABRC recomenda que os objetos mais pesados sejam colocados no espaço principal da mochila; que elas tenham duas alças, de preferência largas, evitando as laterais do corpo; e que as crianças usem mochilas de rodinhas, alternando o braço de dez em dez minutos. Além disso, é necessário orientar as crianças a andarem sempre eretas, com a cabeça erguida e os ombros para trás; e os professores devem ter atenção em cobrar uma boa postura dos alunos em sala de aula.

Fonte: Diário do Nordeste.

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