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Insatisfação constante com o corpo pode ser sinal de doenças psiquiátricas

downloadCuidar do corpo, se preocupar com os quilinhos extras ou ser adepto do exercício físico para deixar a silhueta definida e com curvas não traz nenhum prejuízo à saúde, “desde que estes cuidados pessoais façam parte de uma rotina de vida saudável e sem exageros”. O alerta é do psicólogo Niraldo de Oliveira Santos, da Divisão de Psicologia do HC (Hospital das Clínicas).

“O cuidado com o corpo proporciona bem-estar e eleva a autoestima. No entanto, o exagero pode prejudicar o cotidiano, comprometer a saúde mental e desencadear algumas doenças”.

Segundo o especialista, o primeiro sinal de alerta é quando há o descontentamento constante com a imagem e a busca pelo corpo perfeito (e da moda) passa a ser prioridade e ocupar a maior parte do tempo da pessoa.

“Gastar boa parte do dia observando o corpo em superfícies refletoras, não necessariamente apenas espelhos, transformar a vida em contagem de calorias, usar somente roupas apertadas ou largas, como moletons, e beliscar a pele para checar se tem gordura são alguns sinais que demonstram preocupação extrema com a imagem”, alerta.

A insatisfação com o corpo pode levar ao desenvolvimento de transtornos alimentares, de acordo com o psicólogo. Entre os mais comuns, estão compulsão alimentar, bulimia, anorexia e vigorexia (viciados em academia e anabolizantes).

Os problemas não são específicos do universo feminino. Muitos homens também podem apresentar os transtornos, que costumam começar na infância ou adolescência e se estende para a vida adulta.

Segundo ele, a bulimia e anorexia são mais identificadas em mulheres jovens, “embora nos últimos anos tenha se observado uma tendência em crianças e homens”. Já a vigorexia é mais comum em homens e a compulsão alimentar acomete ambos os sexos.

O psicólogo acrescenta que estes transtornos dificilmente aparecem sozinhos, geralmente vêm acompanhados de outras doenças, sendo a depressão a mais frequente. “No caso de anorexia e bulimia, destaca-se também o alcoolismo e o uso de drogas, assim como a vigorexia está associada aos anabolizantes”.

O especialista do HC alerta que a anorexia é o transtorno psiquiátrico que mais mata no Brasil e o índice de mortalidade é maior do que todas as doenças psiquiátricas. A boa notícia é que todos os transtornos têm tratamento, que vai desde psicoterapia e uso de medicação até internação, nos casos mais graves.

Corpo artificial

Para alcançar o objetivo de um corpo sarado e cheio de curvas, homens e mulheres recorrem não só aos exercícios físicos como também as cirurgias plásticas e ao uso de suplementos e anabolizantes. Segundo a endocrinologista Andressa Heimbecher, da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), há limites para o corpo “crescer”. “O corpo cresce até certo limite porque existe um fator genético que deixa o músculo ir até aquele ponto. Depois disso, não adianta anabolizante nem suplemento”.

O excesso de malhação pode causar um estado de over training — ruptura de fibras musculares que pode temporariamente sobrecarregar os rins, explica a médica. Além disso, o exagero impede a recuperação do músculo e, consequentemente, o resultado almejado. “Sem falar que pode causar cansaço excessivo e fadiga crônica”.

O educador físico André Roberto Grigoletto, acrescenta que “ao longo do tempo alguns exercícios podem provocar problemas nas articulações e nos músculos”. “A pessoa pode viciar no exercício, cada vez mais aumentar o peso e fazer mais musculação sem dar o tempo necessário para o músculo descansar e crescer. Para ter o resultado mais rápido, muitas vezes a pessoa começa a utilizar anabolizantes”.

Quando apenas o treino de musculação não é suficiente, muitas pessoas lançam mão da suplementação de proteína, que “em excesso pode sobrecarregar os rins, aumentando o risco de cálculos renais”. No caso dos anabolizantes, as consequências para a saúde são ainda mais drásticas, adverte Andressa.

“Além de câncer de fígado em ambos os sexos, as mulheres ainda podem apresentar acne, queda de cabelo, crescimento de pelos pelo corpo e diminuição da ovulação. Já os homens podem desenvolver atrofia nos testículos, infertilidade e ginecomastia (aparecimento das mamas)”.

Outra consequência é que com a interrupção do consumo de anabolizante o músculo para de se desenvolver e acaba “murchando”. Por isso, para evitar todos estes problemas, os especialistas concordam que recorrer aos hábitos saudáveis é fundamental para atingir a meta do corpo perfeito. O psicólogo do HC reforça que “investir na dieta da moda ou definir um padrão que não é compatível com a sua constituição física são saídas equivocadas”.

Fonte: R7 Saúde.

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